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sexta-feira, 5 de julho de 2019

Feliz aniversário, Sepetiba!!!!



quarta-feira, 26 de junho de 2019

Sepetiba, 452 anos!










PELAS TRILHAS DO TEMPO: SEPETIBA HOJE E SEMPRE
Jorge Luiz Alves

Muitas luas passaram pelos céus tamoios, datas religiosas em calendários caucasianos atravessaram os séculos, as agendas governamentais inseriram urgências supérfluas e eleitoreiras a cada quadriênio. Lideranças locais, nobres de além-mar, coronéis e terratenentes, soberbas presenças em casarios e latifúndios, cada qual com seus títulos e privilégios, subiram palanques e beijaram crianças no afã de vãs promessas.
Mas a terra do farto sapê continua a sua insistente presença.
Sob os pés de milhares de construtores, moradores, dinastias patrícias e plebéias, além da escravaria e tribos indígenas, Sepetiba prosperou e decaiu, conheceu a pujança e urbanidade, mas transitou pelo esquecimento dos governantes e das elites que, pelo governo, fazem seus trampolins. O bairro que sobrevivera ao biorritmo histórico – altos e baixos dignos de um país bipolar como o Brasil – representa um impressionante achado em nostálgico e esperançoso acervo urbanístico. E sem precisar de balaústres imperiais ou alpendres para significa-lo.
As pedras do cais que, feridas pelas botas dos alabardeiros ou lambidas pelas ondas, contam momentos de intensa movimentação na baía hoje castigada pelos detritos de criminosos produtores de lucro à toda vaga.
Um calmo passeio pela extensão da Rua da Floresta, cortamos para a Piaí e o sossegado zum-zum dos moradores revelam a colméia produtiva dum comércio que se amalgama no favo dos moradores e transeuntes, doce interação de comunitárias abelhas cidadãs, sabedoras do mel cidadão que produzem, nas atividades que buscam manter o sabor de um viveiro histórico mais protegido dos descasos público-predadores.
Não tão simétricas, mas irmãs do mesmo mar: a sé de Pedro, que tanto protegera e abençoara o povo caiçara na busca pelo maná dos oceanos, conjuga o belo verbo das marés com sua conterrânea divina; Iemanjá guarda a coragem dos pescadores no início do Recôncavo, estende-se em pérolas protetoras pelo Cardo e, até a curva do manguezal da Brisa, vai tomando conta das traineiras que desafiam as incertezas abissais e as certezas poluidoras. Redes que arrastam peixes e impurezas. Almas valentes, que aguardam um Messias a caminhar por suas águas e lodaçais, antes terapêuticos, agora arriscados para a saúde...
A pracinha e o coreto que assistira aos discursos de Odorico Paraguaçú na simbiose entre o coronelismo novelesco dum Bem Amado e o ponto de encontro da comunidade e suas iniciativas construtivas: ficção e realidade, o povo será sempre o mesmo espectador dos dramas da urbe, mas protagonizará os destinos do bairro, destinado a não mais servir de cemitério da esperança cidadã: a fanfarra eleitoreira abre espaço para a voz do povo e a agenda cultural do distrito.
Desde o Castelinho da Cigana, passando pelos anos do Telhado Azul, muitas “segundas-sem-lei” animaram o balneário e inspiraram diversas histórias pessoais com finais, ora felizes ora infelizes; assim foi, é e sempre será o ritmo das noites sepetibanas, que oferecem, ao marear dos deleites, a sizígia repleta de águas vivas, também ora belas em suas transparentes alegrias, ora perigosas, no queimar a pele com excessos noturnos.
Sepetiba persiste. Insiste. Vence os séculos e as marés. Poluidoras fainas humanas e predadoras realidades sociais. Mas o “lugar do farto sapê” não fica indiferente no mapa carioca das inclusões e inconstâncias; pelo contrário: mais um ano de vida se passa, e atravessa a linha do tempo com a mesma coragem que os primeiros tamoios, acossados e perseguidos pelos europeus, instalaram em terras de rubro madeirame. Nenhum de nós pode notar, à primeira vista; mas a proteção que envolve o bairro mais afastado da cidade aproxima-nos da certeza de eternizar os esforços aqui feitos calafetando com cidadania, cultural, coragem e respeito essa comunidade de gente operosa e capacitada.  

Jorge Luiz da Silva Alves
Licenciado em História pela Universidade Candido Mendes
Pesquisador Histórico: artigos na revista eletrônica de História Gnarus
Escritor e Cronista – Site Sina de Escritor (www.jorgeluiz.prosaeverso.net)
Obras publicadas pela Litteris Editora:
Sagitário (2011)
O Percurso da Paixão (2013)
E, em setembro deste ano, A PALAVRA E A HISTÓRIA, 2019.
Publicado pela Editora Muiraquitã:
Viagens e Delírios (2008)



quarta-feira, 5 de junho de 2019

Saindo do forno!


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